segunda-feira, 20 de julho de 2009

Você tem medo do Google? Se deveria ao menos pensar no assunto!

Revista Galileu desta semana, faz a pergunta e coloca em cheque o que o Google está fazendo com nossos dados e informações, que estão em seu Banco de Dados. O Google sabe mais sobre você do que a sua mãe.

O Google sabe mais sobre você do que qualquer outra pessoa ou empresa no mundo.

E não é difícil entender por quê.

Diariamente você entra no Google Search e digita o que está procurando: receita de estrogonofe, sexo, amigos de infância, pizzaria com serviço delivery, hotéis baratos, a programação de cinema de sua cidade, as últimas tolices de Suzana Vieira, qualquer coisa.

Pelo Gmail ou Google Talk, você mantém contato com seus amigos e parentes.

Amenidades ou indiscrições da sua vida pessoal ficam à disposição no Blogger, na rede de relacionamentos Orkut ou nos álbuns de fotografia do Picasa.

No Google Latitude, você consegue localizar seus companheiros em qualquer canto do planeta.

Já o Google Maps e o Google Earth ajudam você a chegar ao outro lado da cidade – ou do mundo.

Sem contar os vídeos do YouTube, capazes de elevar um anônimo ao superestrelato global em questão de horas, a exemplo da cantora escocesa Susan Boyle.

Tem ainda o Google Health, dedicado a cuidar da sua saúde; o Books, com um arquivo impressionante de livros e revistas digitalizados; o Scholar, que reúne artigos científicos; e o Translate, capaz de traduzir sites inteiros em 41 idiomas, entre outras dezenas de serviços, digamos, menores.

Faça as contas: todos os dias, 65% dos cerca de 1,5 bilhão de usuários da internet no mundo utilizam uma – ou algumas – das ferramentas oferecidas pelo Google.

Trata-se do site mais visitado da web.

São 40 bilhões de buscas por mês.

Diariamente, seus computadores processam mais de 20 petabytes de dados, ou seja, a capacidade média de armazenamento de cerca de 170 mil PCs iguais ao que você tem em casa.

No primeiro trimestre deste ano, o Google registrou um lucro recorde de US$ 1,42 bilhão.

Fechou o ano de 2008 valendo no mercado US$ 86 bilhões.

Se a internet fosse o mundo, e o Google, um governo prestando serviços a esta população de mais de 1 bilhão, ele seria o terceiro país do planeta em população, mais que o triplo dos EUA, perdendo apenas para Índia e China.

Na Googlelândia, a liberdade é plena, porém vigiada.

A empresa registra tudo o que escrevem, o que fazem e o que compram seus usuários.

Mas o lema oficial da companhia é:

“Não faça o mal”.

De pronto, argumenta que, quando o sistema vasculha as mensagens do Gmail, por exemplo, é para oferecer a você as propagandas que mais possam interessá-lo.

Se todas as buscas e cliques que um indivíduo faz são registradas, é porque assim o Google aprende a responder melhor.

Essa inadvertida coleta de informações pessoais assusta entidades como a EFF, sigla em inglês para Fundação da Fronteira Eletrônica, ONG que defende a liberdade online.

“Usuários preocupados com privacidade devem bloquear a opção de rastreio de seus passos em suas preferências no Google“, diz Kurt Opsahl, advogado da EFF.

“Acredito que eles sigam seu lema de que não farão o mal”, diz Howard Rheingold, autor do livro A Comunidade Virtual e um dos mais respeitados pensadores do Vale do Silício.

“O Google é uma empresa de capital aberto.

No dia em que quebrar a confiança de seus usuários, suas ações despencam.”

São as leis de mercado, pois, que mantêm uma empresa como o Google bem comportada.

E esse bom comportamento deve ser recompensado no futuro próximo.

O estágio seguinte da internet, batizado de 3.0, será aquele em que o internauta será abastecido com necessidades que tem ou acredita ter.

Claro que, sem dar uma bisbilhotada na vida do usuário, não há como fornecer esse tipo de serviço.

Assim, quando a internet 3.0 estiver a pleno vapor, o Google estará anos-luz à frente da concorrência e com a auréola de um fornecedor de conteúdo zeloso espalhada sobre seus vários “o”s.

Mas há pelo menos uma questão legal na qual o Google se mostra ambivalente.

É a propriedade intelectual.

“Estamos sempre atentos”, disse recentemente Eric Schmidt, CEO da empresa, em uma palestra a alunos de MBA na Universidade de Stanford.

Se é verdade que vez por outra, mediante pedido, retiram do YouTube um vídeo com direitos autorais, nenhum site é mais eficiente do que o próprio Google para encontrar material pirata: filmes ainda inéditos no cinema, discos inteiros convertidos em MP3, obras literárias completas…

Às vezes, nem sequer está claro se na empresa eles acreditam nas leis de copyright ou se consideram a ideia ultrapassada.

“Eu acho que eles se preocupam com os direitos autorais, sim”, afirma John Battelle, autor de A Busca, a melhor história do Google já escrita.

“O que acontece é que eles também acreditam em fair use.”

Fair use: o uso de trechos de uma obra para criar outra, seja sátira, citação ou para sustentar um argumento.

“Se eles creem em copyright?

Com a pergunta assim tão ampla eu precisaria especular.

Não sei responder”, diz Jeff Jarvis, autor do recém-lançado What Would Google Do?

(O que o Google faria?, ainda sem edição no Brasil).

Espécie de manual para entender como agir no mundo digital.

Em sua opinião, a melhor maneira ainda é aprender com o Google e repetir seus métodos.

Até porque é impossível escapar da Googlelândia.

Você já vive nela.

E o futuro na web passa por lá.

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